As recentes chuvas no Rio Grande do Sul (RS) têm causado um impacto significativo na economia brasileira. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que as enchentes podem resultar em perdas de até R$ 97 bilhões em 2024. Este valor representa aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O setor industrial do RS, que contribui com 6,6% do PIB nacional, foi duramente atingido. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), 95% dos estabelecimentos industriais foram afetados, resultando em uma queda significativa na produção. A destruição de imóveis e maquinário é um dos principais fatores que contribuem para essa desaceleração.
Além da indústria, o setor de turismo também sofreu grandes prejuízos. As perdas diárias no turismo são estimadas em mais de R$ 49 milhões, acumulando até R$ 2 bilhões até junho e podendo chegar a R$ 6 bilhões até o final do ano. O RS, que foi responsável por 6% do faturamento do turismo no Brasil em 2023, pode ver uma redução de até 21,4% no faturamento anual.
O impacto das chuvas não se limita ao RS. Outras unidades da federação também sentirão os efeitos econômicos, com perdas estimadas em R$ 38,9 bilhões. A tragédia climática no RS pode, portanto, ter um efeito cascata, afetando a economia de todo o país.
A CNC também destaca que a paralisação das atividades econômicas no estado pode levar à perda de 195 mil empregos na região e outros 100 mil no restante do país. A interrupção das atividades industriais e comerciais tem um efeito direto na arrecadação de impostos e na geração de empregos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a magnitude da catástrofe climática no RS é comparável a eventos anteriores, como as enchentes de 2011 em Santa Catarina e o desastre de Brumadinho em 2019. Esses eventos resultaram em desacelerações significativas na indústria, e o mesmo é esperado para o RS.
Até o momento, 446 municípios foram afetados pelas enchentes, representando cerca de 90% do estado. A Fiergs conclui que o impacto das cheias é “avassalador”, com perdas “inestimáveis” até o momento. A recuperação econômica do estado dependerá de medidas de apoio e reconstrução eficazes.
Em resumo, as chuvas no Rio Grande do Sul têm um impacto profundo e abrangente na economia brasileira. A indústria, o turismo e o mercado de trabalho são os setores mais afetados, e as perdas econômicas podem se estender a outras regiões do país. A magnitude da tragédia exige uma resposta coordenada para mitigar os danos e promover a recuperação.