O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) em Minas Gerais registrou 51,4 pontos em março deste ano. É o segundo mês consecutivo em que o indicador fica acima dos 50 pontos, demonstrando uma percepção positiva da indústria mineira. O Icei de março cresceu apenas 0,1 ponto frente ao mês anterior (51,3), representando uma relativa estabilidade no período.
A economista da Gerência de Economia e Finanças da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Daniela Muniz, explica que essa confiança está ligada ao otimismo que o setor possui em relação aos próximos seis meses, já que este componente cresceu 0,3 ponto frente a fevereiro (54,2 pontos).
Quanto aos motivos do otimismo, a economista esclarece que estão muito ligados a um cenário atual mais bem definido do que no início do ano, quando o momento era de extrema incerteza quanto às definições das diretrizes do governo federal. “As primeiras definições quanto à agenda econômica e sinalização do anúncio de um novo arcabouço fiscal ainda em março influenciaram positivamente as perspectivas dos empresários”, relatou.
Ela ainda pontua que o Brasil já vinha de um final de 2022 surpreendente, com um bom desempenho frente a outros países, principalmente no combate à inflação, e sendo beneficiado com o aumento no preço das commodities, causado por fatores como a guerra na Ucrânia.
Porém, Daniela Muniz alerta que apesar de este ser o segundo mês consecutivo com índice de confiança positivo, ele ainda está muito próximo dos 50 pontos, o que pode significar uma fragilidade na confiança da indústria mineira.
A economista afirma que as incertezas quanto ao novo governo são menores no momento, mas ressalta que não é possível garantir que isso se transforme em uma tendência e “isso dependerá do que o governo irá apresentar nos próximos meses”.
Ela lembra que a política fiscal é muito importante para a confiança do setor e que o governo federal vem demonstrando certo interesse em defender a reforma tributária, um dos temas mais importantes para a economia.
Já no comparativo com março do ano passado (55,8 pontos), o índice de confiança dos industriais no Estado caiu 4,4 pontos, sendo o mais baixo para o mês em sete anos. O indicador também ficou 1,4 ponto abaixo da média histórica de março, que é de 52,8 pontos.
Componentes
O componente de expectativas registrou 54,2 pontos no índice de março, apresentando um avanço de 0,3 ponto frente ao do mês anterior (53,9). Esse resultado no indicador demonstra que os industriais mineiros estão mais otimistas para os próximos seis meses. Mas, se comparado com março do ano passado (58,8), o índice apresenta uma redução de 4,6 pontos, sendo o mais baixo para o mês em sete anos.
Enquanto isso, o componente de condições atuais de março ficou com 45,9 pontos, 0,1 ponto abaixo do indicador de fevereiro (46), o que representa uma relativa estabilidade no período. O índice apontou, portanto, para uma percepção de piora entre os empresários na situação atual das economias do País e do Estado, assim como de seus negócios pelo quarto mês seguido. Já na comparação com março de 2022 (49,8), o índice apresenta uma queda de 3,9 pontos e alcança o menor resultado para o mês em sete anos.
Cenário nacional
O Icei do Brasil diminuiu 0,7 ponto em relação a fevereiro (50,6) e marcou 49,9 pontos em março, voltando ao patamar que demonstra falta de confiança em relação aos próximos seis meses.
O Icei resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.