Minas Gerais vive um momento delicado em relação às doenças diarreicas agudas, que seguem causando impacto significativo na saúde pública estadual. Neste ano de 2025, já foram contabilizadas 245 mortes provocadas por essas doenças, enquanto mais de 386 mil casos foram registrados nas unidades de saúde monitoradas pelo estado. Esse cenário preocupa autoridades, especialmente pelo impacto em grupos mais vulneráveis, como crianças menores de cinco anos e idosos acima de 60.
O quadro da diarreia no estado apresenta números alarmantes, embora inferiores aos do ano passado, quando 822 mil casos e 645 óbitos foram registrados. Essa redução, ainda que positiva, não diminui a necessidade de atenção rigorosa, uma vez que a diarreia permanece entre as principais causas de hospitalização e morte em faixas etárias mais frágeis, demandando medidas efetivas de prevenção e tratamento para evitar o agravamento dos casos.
As Doenças Diarreicas Agudas, ou DDA, são causadas por vírus, bactérias e parasitas que afetam o sistema digestivo, levando ao aumento frequente de evacuações líquidas ou pastosas, com duração que pode se estender até duas semanas. A rápida perda de líquidos e nutrientes coloca pacientes em risco de desidratação grave, situação que exige cuidados imediatos, principalmente em crianças e idosos, cujos organismos são menos resistentes.
A prevenção das doenças diarreicas passa por ações simples, porém fundamentais, como a higiene constante das mãos com água e sabão, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro. Além disso, a correta lavagem e desinfecção de alimentos e superfícies, o armazenamento seguro da água e alimentos, e o combate a insetos e animais que possam contaminar alimentos são medidas indispensáveis para reduzir os casos.
Outro ponto crítico está na qualidade da água consumida pela população. O uso de água tratada, a proibição do consumo de fontes não confiáveis como rios e poços sem tratamento, e o cuidado com o armazenamento da água são práticas essenciais para evitar a contaminação. Alimentos crus ou malcozidos, especialmente carnes e frutos do mar, também representam risco elevado para o desenvolvimento das doenças diarreicas, exigindo atenção redobrada na preparação.
Além das DDA, o estado também acompanha casos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), que, embora relacionadas, têm causas específicas e demandam atenção especial para gestantes, crianças e imunodeprimidos. Em 2025, Minas já contabiliza 1.667 casos e seis mortes por DTHA, reforçando a necessidade de políticas públicas eficazes para controle e prevenção.
A questão do saneamento básico aparece como peça-chave para combater as doenças diarreicas. A universalização do saneamento poderia gerar uma economia significativa para o sistema de saúde, evitando infecções e promovendo melhores condições de vida. Contudo, desafios estruturais e sociais ainda limitam o alcance dessas melhorias, exigindo esforços coordenados entre governos e sociedade para superar as barreiras.
O quadro das doenças diarreicas em Minas Gerais exige mobilização contínua. A palavra-chave aqui é prevenção, pois somente com educação, higiene, saneamento e acesso à saúde será possível reduzir os números alarmantes de casos e mortes, garantindo um futuro mais saudável para toda a população, sobretudo para aqueles que mais sofrem com essas enfermidades.
Autor: Emma Williams